[TRADUÇÃO] Waiting for You in a City - Capítulo 01

CAPÍTULO UM

Tradução e revisão por Carmen M. Souza no Praticamente Única

No início da manhã, às 04:00, a sala de emergência está quieta e tranquila.
Xu Qin está usando o jaleco médico e caminha do salão principal com as mãos dentro do bolso.
A faxineira está segurando um esfregão. Ela o mergulha no balde cheio de desinfetante e em seguida limpa o chão ensanguentado com grande energia.
Xu Qin está dispersa, voltando a si ao passar pela faxineira. A faxineira não tem tempo para se esquivar dela. O esfregão, manchado de sangue, cobre os sapatos de Xu Qin.
A faxineira pede desculpas rapidamente: “Sinto muito, doutora Xu. Desculpa.” Ela diz e imediatamente pega um pano para limpá-lo.
Xu Qin é rápida, ela impede que a faxineira se ajoelhe. “Não precisa, está tudo bem.”
“Mas…”
Xu Qin a interrompe suavemente: “Foi erro meu. Eu causei problema para você.”
A faxineira sente-se ainda mais envergonhada quando ouve suas palavras. “Do que está falando? Deixe-me ajudá-la a limpar isso.”
Xu Qin mais uma vez a para e sorri fracamente: “Eu posso fazer isso sozinha.”
A faxineira se sente culpada, mas agradecida: “Doutora Xu, você é uma boa pessoa.”
Xu Qin continua a andar.
A faxineira segura o esfregão com força e examina as costas de Xu Qin. Xu Qin é alta e esbelta, e parece ainda mais bonita e elegante com seu jaleco. O cabelo dela está amarrado num rabo de cavalo.
A faxineira hesita por um momento e chama por ela: “Doutora Xu!”
Xu Qin para de andar e vira a cabeça: “Sim?”
“O paciente de antes, ele está bem?” A jovem faxineira pergunta e espia o sangue no chão.
Neste momento, a sala de emergência está quieta, muito tranquila; ninguém imaginaria que o lugar estava cheio de gritos e uivos antes.
Xu Qin diz: “Ele está bem agora.”
A faxineira dá um sorriso brilhante: “Ótimo. Doutora Xu.” Ela se curva para Xu Qin: “Você deve ter passado por um grande problema para salvá-lo.”
Xu Qin acena com a cabeça levemente em sua direção, então vira o corpo para sair.

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Às 04:00 da manhã, a noite mais profunda.
A luz no corredor do hospital é fraca, o ar cheira a vida e morte. É deprimente e amargo. Parece impossível se livrar dele.
As mãos de Xu Qin estão acostumadas a ficar em seu bolso. Ela passa pelo corredor desolado e entra em seu escritório. Ela olha para seus sapatos sujos e mostra seu desgosto por eles. Ela franze a testa e sente nojo. A água enlameada e aquele sangue parecem poder penetrar no interior de seus sapatos, até mesmo em seu peito do pé.
Xu Qin se senta rapidamente e tira os sapatos. Ela os joga no lixo. Suas meias ainda estão limpas, mas ela ignora isso e as tira também. Ela imediatamente as joga na lixeira. Ela abre a gaveta e puxa um lenço molhado. Ela limpa o pé e só para quando fica vermelho.
O humor de Xu Qin se acalma, ela se esforça para controlar a respiração. Ela joga fora o lenço e abre o armário. Ela calça os sapatos extras e segue para a pia no banheiro. Ela liga a torneira e usa o sabão para lavar as duas mãos. Ela faz isso três vezes.
Xu Qin faz tudo isso em ordem. Então ela pega o telefone do bolso. São apenas 4:10 da manhã, ela vê pela janela do escritório que o céu ainda está escuro.
O departamento de emergência está quieto como se esta noite fosse passar calmamente.
Ela tem uma chamada perdida e uma mensagem, ambos de Meng Yan Chen. “Volte para casa no fim de semana.”
Xu Qin podia ver seus olhos pretos cansados na tela. Ela estava trabalhando continuamente por 22 horas. Ela se sente entorpecida.
Ela guarda o celular e bate o dedo levemente na caixa de cigarros e no isqueiro que tem no bolso. Ela olha para o sinal de aviso “Por favor, não fume”.
Ela olha para ele por um tempo, depois sorri. Ela se levanta e vai para a varanda.
Xu Qin se apoia na cerca e, na noite escura, acende um cigarro.
Ela fuma apenas metade do seu cigarro quando houve alguém chamar por ela: “Doutora!”
Xu Qin se levanta, joga fora seu cigarro e fecha a porta da varanda. Em seguida, ela entra para lavar as mãos três vezes novamente. No momento em que ela desliga a torneira, um homem desleixado com roupas cinzentas entra: “Doutora, por favor, socorro!”
Xu Qin o examina e percebe que esse homem não está ferido: “Qual é o problema?”
O homem de rosto quadrado está sem fôlego, ele acena com a mão: “Não sou eu, é meu irmão, ele...”
No momento em que ele ainda está explicando, cerca de três a quatro homens de aparência desalinhada entram na sala. Seus corpos fedem a fumaça e suor. O grupo de homens usa coletes e calças verdes padronizados. Todos eles são altos e musculosos. Eles estão cobertos de cinzas.
O homem de rosto quadrado tenta controlar a respiração e aponta para um homem atrás dele; Xu Qin olha sem saber ao certo para qual homem ele está apontando.
“Ele, seu dente está doendo muito.”
Xu Qin para: “Ele tem dor de dente?”
O homem de rosto quadrado ainda está apontando: “Doutora, venha e dê uma olhada nele…”
Xu Qin o interrompe: “Não temos departamento de odontologia na emergência, vocês devem ir ao ambulatório para se registrar.”
“Mas o ambulatório ainda está fechado.”
Xu Qin: “Então esperem abrir e vocês poderão ir.”
Xu Qin vai para sua própria cadeira e se senta. Ela levanta a cabeça e olha para o grupo de homens, que ainda a observam.
Xu Qin olha para o homem “doente” no grupo. Ele está usando uma máscara cirúrgica. As sobrancelhas dele são grossas. Ele também está olhando para ela, seu olhar é aguçado e brilhante.
Com apenas um olhar, Xu Qin pode ver que ele é completamente diferente daqueles homens ao seu redor.
Xu Qin olha para ele sem medo: “Você me ouviu? Não temos nenhum dentista aqui, vocês devem ir ao ambulatório.”
Ele não diz nada.
Mas o homem de rosto quadrado está tão preocupado que começa a ficar temperamental. Ele diz furiosamente: “O ambulatório ainda está fechado, o que devemos fazer?”
Xu Qin: “Aguentar.”
“Você…” O homem de rosto quadrado fecha o punho e morde os lábios. “Então dê a ele um pouco de analgésico.”
Xu Qin se recosta na cadeira e enfia as mãos dentro do bolso. “Não posso prescrever aqui.”
“Por que não? Você é médica, deveria saber que dor de dente pode matar.”
Xu Qin responde calmamente: “Não pode.”
O homem de rosto quadrado pensa que ela o está provocando e levanta a voz: “Que atitude é essa?”
Xu Qin olha para ele. “Estou respondendo à sua demanda irracional com paciência.”
Ele fica furioso: “Eu acho que você está…”
Um dos homens mais velhos o puxa de volta, ele tenta acalmar as coisas explicando: “Doutora, deve haver um mal-entendido. Não viemos só por causa da dor de dente. Não é por causa de dente cariado. Durante nosso trabalho, nosso irmão foi ferido. Ele bateu e machucou os dentes. Você pode dar uma olhada..." Então o homem tenta tirar a máscara cirúrgica do homem “doente”.
Xu Qin abaixa a cabeça e abre seu arquivo de caso: “Não tire. Eu não sou dentista. Não posso examinar isso.”
“Você poderia dar a ele um pouco de analgésico? Para parar a dor.”
Xu Qin fecha o arquivo: “Não posso. Quantas vezes devo repetir?”
Ouvindo isso, o homem de rosto quadrado não consegue mais controlar seus sentimentos. Ele dá um grande passo e aponta para Xu Qin. “Você acredita que eu…”
“Yang Chi!” Uma voz fria chama pelo homem de rosto quadrado. É daquele homem “doente” com uma máscara cirúrgica.
Sua voz é baixa e paciente. Parece diferente. Xu Qin inconscientemente levanta a cabeça e olha para ele.
Os olhos dele estão olhando para ela também.
Ele se levanta: “Desculpe incomodá-la.”
Xu Qin não diz nada.
O homem “doente” com uma máscara cirúrgica se aproxima e para. Ele pergunta: “A que horas o ambulatório está aberto?”
Xu Qin: “Às oito.”
O homem: “Obrigado.”
Xu Qin: “Por nada.”
O homem se levanta e simplesmente sai, Yang Chi está infeliz e o segue: “Líder Song, isso…”
Song Yan sai.
Todos os homens o seguem, Yang Chi está furioso. Ele aponta para Xu Qin e sai com passos irritados.

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Yang Chi corre atrás de Song Yan e os outros. Ele ainda está cheio de raiva: “Aquela médica é realmente nojenta, eu quero processá-la. Quando entrei, vi um código de defesa do consumido do lado direito. Jiang Yi, venha comigo.”
Jiang Yi suspira: “Receio que seja inútil processá-la. Este é um hospital militar de terceiro nível. Sem nenhum histórico familiar, ninguém poderia trabalhar aqui. Aquela mulher deve ter um apoio forte.”
Song Yan desce o lance de degraus e tira sua máscara cirúrgica, então ele cospe um pouco de saliva ensanguentada na lixeira.
Jiang Yi: “Líder Song, você está bem? Se não consegue suportar, devemos ligar para o comandante superior?”
Song Yan: “Está tudo bem, vamos.”
Yang Chi está no lance de escadas e não se move. Ele pensa sobre isso e decide voltar: “Não, acho que devo ir e apelar de novo.”
Song Yan o chama. “Deixa isso pra lá.”
Yang Chi não está disposto a ceder: “Não, fico furioso só de lembrar. Seja inútil ou não, eu quero processá-la.”
Song Yan fala mais uma vez: “Eu mandei deixar para lá.”
Yang Chi não o ouve e vira as costas para correr para dentro.
Song Yan: “Porra! Você quer resistir à minha ordem?”
Yang Chi para. Seu corpo está inclinado para frente.
Song Yan: “Pare e atenção! — Sentido!”
Yang Chi fica ereto.
Song Yan diz: ”Vamos voltar.”
Yang Chi corre escada abaixo.
Tarde da noite, a estrada está vazia. Há um carro de bombeiros oposto ao hospital.
Jiang Yi avança e quer dizer algo.
Song Yan franze a testa e apenas acena com a mão impacientemente. Jiang Yi fica ereto e faz uma reverência. Então ele segue Yang Chi.
Song Yan fica lá por um tempo. Ele usa a máscara cirúrgica para limpar o rosto sujo. Ele acidentalmente toca sua bochecha e respira fundo. Ele aguenta a dor de dente que tem. Então ele cospe sangue de novo.
Porra, como dói.
Song Yan olha para o escritório de Xu Qin por um tempo. Então ele olha para frente.
Quando Jiang Yi entra no carro, Yang Chi pergunta: “Por que sinto que há algo estranho com o líder Song?”
Jiang Yi: “O que você quer dizer?”
Yang Chi: “Com o temperamento que ele tem, ele não agiria assim.”
Jiang Yi: “A médica é uma mulher.”
Yang Chi discorda: “O líder Song é franco e dominante — por lógica, ele não seria muito educado com uma mulher também. Talvez ele a ache atraente.”
Enquanto eles estão conversando, Song Yan de repente entra no carro e bate na cabeça de Yang Chi.
Yang Chi imediatamente segura sua cabeça com as mãos e implora por misericórdia: “Eu vou calar a boca!”
Song Yan: “Comece a dirigir.”
O motor do carro de bombeiros vermelho começa a se mover.
A estrada está limpa, as luzes da rua estão esplêndidas.
Song Yan coloca a mão na janela, entre os dedos ele segura o cigarro. Ele olha para trás e percebe que seus irmãos ainda estão dormindo. Ele só fuma.
Ele se lembra do momento no hospital. Ele se lembra da aparência dela. Ela tem a mesma aparência daquele ano.
Song Yan nunca esperou que ela voltasse, e também que ela não o reconhecesse mais.
Em um piscar de olhos, já se passaram dez anos.

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