[TRADUÇÃO] Waiting for You in a City - Capítulo 10

   

CAPÍTULO DEZ

Tradução e revisão por Carmen M. Souza no Praticamente Única

Esse capítulo está traduzindo há algumas semanas, mas eu acabei ficando muito ocupada para revisar.
Resolvi revisar semana passada e veio o falecimento do Moonbin, então acabei ficando sem ânimo pra revisar. Mas agora que o período de luto já passou - é hora de viver com as boas lembranças apenas.
Que o Binbin esteja feliz do outro lado, e que vocês tenham um pouco de diversão com esse cap - bem, não vai ser muito divertido divertido... Mas vai distrair ksksksk Boa leitura!

A água ainda está turbulenta, mas eles alcançaram as águas rasas, que são incapazes de puxar Xu Qin.
Song Yan abaixa as sobrancelhas e olha para ela, depois desvia o olhar. Ele fica parado ofegando, exausto ao ponto de colapsar – então, é claro, seu mau-humor é terrível.
Mas um após o outro, mais carros fora de controle deslizam em direção ao fundo da ponte. Song Yan profere um monte de palavrões, cumprimentando ofensivamente as dezoito gerações dos proprietários dos carros, e corre para verificar cada um enquanto pragueja. Felizmente, os carros estão vazios, sem ninguém dentro.
Depois que Song Yan termina de verificar os veículos, ele monta os sinais de aviso. Xu Qin vê que seu braço está coberto de sangue e lembra que ele foi lacerado por vidro quebrado quando a resgatou do carro.
“Você tem um ferimento na mão.” Xu Qin caminha em direção a Song Yan e, no mesmo momento, o walkie-talkie dele toca: “Houve uma colisão múltipla na Avenida Qiu Shui Hu, três indivíduos feridos estão presos no lado do motorista…”
Song Yan se vira para olhar para Xu Qin. Ela está parada na tempestade, pálida e magra. Ele realiza uma verificação de rotina, varrendo os olhos sobre ela para cima e para baixo, certificando-se de que ela está bem. Depois que seu dever é cumprido, ele se vira e sai.
“Você sabia que era eu dentro do carro?” Xu Qin pergunta atrás dele.
Os passos de Song Yan param por um segundo, mas ele não responde. O walkie-talkie começa a tocar novamente, mas ele continua sem olhar para trás.
Xu Qin não tenta impedi-lo novamente, ela o observa se afastar. Assim que ele vira a esquina, ele desaparece de vista.
O telefone de Xu Qin está encharcado e não pode ser ligado, mas ela não precisa ligar o telefone para saber que o hospital ligaria para ela. No caso de um grande desastre, um plano de emergência é ativado: independentemente do departamento de emergência, todos os médicos que trabalham em turnos devem estar de plantão.
O carro não pode ser recuperado, mas felizmente o hospital não está longe, só leva cerca de dez minutos para caminhar até lá.
Quando Xu Qin chega ao hospital, é quase meia-noite.
A sala de emergência está cheia de pessoas molhadas. Três ou quatro faxineiros se revezam na limpeza, mas não conseguem acompanhar o fluxo contínuo de pacientes que procuram tratamento médico. O chão está limpo num segundo e cheio de água no outro.
Xiao Nan passa com pressa e fica assustada quando vê Xu Qin: “Dra. Xu, como você acabou assim? Você caiu na água?”

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“Eu caí, está tudo bem. Vou me limpar primeiro e voltar daqui a pouco. Ah, aliás, me ajude a secar meu telefone, não sei se ainda pode ser usado.”
“Me dê.”
Xu Qin vai ao banheiro do hospital para tomar banho, veste uma muda de roupas e volta para a sala de emergência para se juntar aos seus colegas ocupados.
Chove muito a noite toda, e as luzes do prédio de emergência ficam acesas o tempo todo.
Na noite desastrosa, nos cantos mal iluminados da cidade, polícia de trânsito, polícia armada, bombeiros, equipes de resgate, polícia especial, equipe médica… Inúmeras pessoas cerram os dentes e tentam o seu melhor para proteger a cidade naquela noite, condenadas à insônia.
Ao amanhecer, o vento e a chuva diminuem. Não há mais pacientes recém-feridos sendo enviados para o hospital, os médicos e enfermeiros podem finalmente parar para recuperar o fôlego.
Xu Qin passa pelo corredor na entrada da sala de emergência, onde vários médicos e enfermeiros estão adormecidos sentados no chão.
O corredor está silencioso e as luzes brilham intensamente.
Xu Qin caminha silenciosamente até a sala de limpeza, lava as mãos três vezes, levanta a cabeça e vê que as órbitas dos olhos no espelho estão afundadas.
Quando volta ao escritório, percebe que sua boca está seca e que ela não bebe água há mais de dez horas. Ela se serve um copo de água morna e fica perto da janela o segurando.
Do lado de fora da janela, a chuva está caindo.
O céu mostra os primeiros lampejos de luz, e as ruas estão em completa desordem. As árvores estão tortas, fragmentos de papel e plástico estão por todo o lugar.
Às 4h30 da manhã, os garis já começaram a recolher lixo para limpar a cidade, e as equipes de resgate estão movendo veículos e árvores, e limpando obstruções de estradas na chuva.
Homens de uniforme laranja se movem para frente e para trás pela névoa da noite.
Xu Qin lembra de Song Yan.
E pensar que ele usou sua própria força para empurrar o carro para fora da água, quebrar o pára-brisas e resgatá-la do carro!

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Houveram inúmeras chamadas de resgate, inúmeros locais de resgate e inúmeros socorristas na noite passada, mas foi ele quem a salvou.
Xu Qin termina de beber o copo de água e segue para a recepção.
Seu turno começará em uma hora e meia.
A maioria dos pacientes de emergência na noite anterior era de acidentes de carro e afogamentos; durante o dia, os pacientes são principalmente devido ao desconforto físico causado por mudanças repentinas no clima.
Xu Qin está tão ocupada que ela corre sem parar, já são seis horas da tarde quando seu turno acaba. Quando sai do trabalho, ela mal tem forças para andar. Seu carro ainda está encharcado sob a ponte. Ela liga para Xiao Yixiao e o pede para encontrar alguém para rebocá-lo, em seguida chama um táxi para ir para casa.
Ao longo do caminho, o motorista está ouvindo o rádio e o noticiário começa:
“As fortes chuvas da noite passada causaram danos generalizados a nove grandes áreas urbanas e três bairros da cidade, causando perdas econômicas de 9,11 bilhões de yuans…”
“A chuva de ontem foi terrível. Estava tudo inundado", diz o motorista. “Foi difícil para a polícia e os bombeiros, cansativo e miserável para eles. Quando saí esta manhã, vi um grupo de bombeiros que devia ter completado uma missão nas proximidades. Eles estavam cobertos de água, encharcados, mas não tinham tempo de se importar. Todos estavam dormindo deitados no chão. As roupas estavam cobertas de lama, folhas, lascas de madeira, ah, todos os tipos de coisas. Alguns tinham estavam sangrando nas mãos e rostos…”
Xu Qin não responde, perguntando-se se era Song Yan e os outros que o motorista havia encontrado.
Talvez sim, talvez não.
Em uma cidade tão grande, há muitas pessoas como Song Yan.
Como há um grupo de pessoas assim, o trabalho de reconstrução pós-desastre é concluído em um dia. Na noite seguinte, o transporte, os cuidados médicos, os negócios e a vida voltam ao normal.
Essa é a metrópole do norte – é como uma grande máquina giratória de alta velocidade e ritmo acelerado que parou brevemente e agora continua a avançar silenciosa e firmemente.
A temperatura cai muito após a tempestade. Não é óbvio durante o dia, mas você tem que levar uma jaqueta ao sair à noite.
O carro de Xu Qin foi descartado e Meng Huaijin comprou um novo para ela. O carro estará pronto para ser recolhido em uma semana.

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Xu Qin usa o serviço de táxi cinco dias seguidos, sentando-se no banco de trás de um táxi mal iluminado, olhando para a calma vista noturna urbana do lado de fora da janela. Quando ela estremece com o vento frio assobiando, ela pensa em Song Yan.
Pensa no breve calor reconfortante ao cair em seu abraço naquela noite chuvosa.
No sexto dia, Xu Qin usa suas conexões para se apossar da agenda de turnos de Song Yan e das circunstâncias básicas de sua equipe. Ela é administrada na forma de um acampamento do exército. Embora haja turnos, os soldados solteiros têm que ficar no quartel durante as horas de folga para treinamento militar diário e viver no dormitório do quartel em conjunto. Seja dia ou noite, eles não têm permissão para sair.
Ele tem folga de três dias uma vez por mês, podendo ir para casa, mas não sair da cidade, e tem que estar de prontidão o tempo todo.
Xu Qin desliga o telefone e fica em frente às janelas que vão do chão ao teto em sua varanda com vista para a Rua Wu Fang no andar de baixo.
Às 5:30 da tarde, o sol vermelho está se pondo, e os edifícios ao redor lançam longas sombras oblíquas na Rua Wu Fang, cortando as casas de tijolos vermelhos baixos em longos blocos que encontram os limites da luz e da escuridão.
Ela espera em silêncio.
Poucos minutos depois, chega uma mensagem de texto. É a agenda de folgas de Song Yan. Hoje é o último dia de sua folga de três dias.
Xu Qin se vira e sai pela porta, do elevador e do prédio.
Em apenas seis dias, a estação mudou.
No parque artificial no andar de baixo, as folhas nas copas das árvores começam a ficar amarelas.
Xu Qin segue o beco de paralelepípedos repleto de flores e grama até a porta dos fundos do bairro e entra na Rua Wu Fang.
Ela se mistura na multidão, deslizando entre o pôr do sol vermelho-sangue e a sombra dos edifícios, alfaiataria, loja de especiarias, barbearia, hortifrúti... No final da rua, uma árvore de osmanthus exala sua fragrância doce.

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Ela se vira para o beco estreito e caminha até a entrada do pátio da família Di.
O portão está fechado.
Xu Qin escorrega pela abertura entre os portões. O sol brilha na parede da tela.
Contornando a parede da tela, ela entra no pátio. No final do verão e início do outono, as flores de glicínia caem por toda a porta da ala oeste.
A porta da casa principal está trancada, e a tia e o tio não estão. Xu Qin atravessa o quintal e pisa na camada macia e delicada de pétalas de glicínia no chão.
Ela levanta a cortina de glicínias repleta de pequenos frutos e sobe pelo corredor. As portas e janelas da ala oeste estão fechadas.
Xu Qin fica lá por um segundo, levanta a mão e empurra a porta, mas antes que ela possa tocar o painel da porta, há o som de passos firmes e rápidos de um homem do outro lado da porta. Alguém pega uma chave da mesa e, no segundo seguinte, a porta é aberta.
Song Yan está com a cabeça ligeiramente abaixada, segurando um cigarro em uma mão e guardando a chave no bolso da calça com a outra. Quando ele está prestes a passar pelo limiar, ele esbarra em Xu Qin, que estava parada na frente dele.
Seu corpo se retrai visivelmente, depois para novamente, seus olhos determinados.
Ele abre ligeiramente a boca, olha-a de cima a baixo por meio segundo e sorri sarcasticamente: “Aconteceu de passar de novo?”
Ele sabe que ela foi à base para encontrá-lo.
Xu Qin olha em seus olhos e responde: “Não estou de passagem, vim aqui propositadamente.”
Song Yan: “Algum problema?”
Xu Qin: “Vim te agradecer por ter me salvado.”
Song Yan olha para ela por um tempo, os olhos cheios de escárnio, e coloca o cigarro na boca: “Só para dizer isso?” Ele passa pela soleira e fecha a porta atrás de si.
Xu Qin não recua. A distância entre os dois é muito próxima, seu peito está na frente dela.
Xu Qin baixa os olhos, olhando para os contornos do seu corpo sob a camiseta fina, e repete: “Sim, eu vim para agradecer.”
Song Yan encosta-se na parede, olha para ela e disse em voz baixa: “Então me diga, como você planeja me agradecer?”

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Xu Qin não pensou nessa questão. Ela ergue os olhos sem rodeios: “Como você quer que eu expresse meus agradecimentos? O que você quiser, eu farei.”
Os olhos de Song Yan se aprofundam enquanto olham para ela. Ele pensa por um segundo e se endireita de repente, seu grande corpo a forçando a se afastar. Os dedos que seguram o cigarro dele acariciam seu pescoço, e um raio de eletricidade passa pelo coração de Xu Qin.
Ela congela por um momento, sem se mover.
Ele desliza lentamente seus dedos calejados pelo delicado e alvo pescoço de jade. Ele abaixa a cabeça e se inclina em seu ouvido, então pergunta com uma voz rouca: “O que eu quiser?”
O coração de Xu Qin treme: “Você escolhe.”
“E se eu pedisse para você pagar se entregando a mim? Hein?” Ele provoca o queixo dela com dois dedos, o forte cheiro de fumaça penetra em suas vias aéreas.
Xu Qin sente suas pernas enfraquecerem, ela morde o lábio sem responder.
Song Yan inclina a cabeça ligeiramente, olha para ela de perto e de repente bufa, seu olhar que estava absorto nela há um momento brilha com desprezo óbvio em uma fração de segundo: “Se toda mulher que eu salvo me pagar de volta com seu corpo, eu estaria exausto, você acha que chegaria à sua vez?”
Ele se endireita, apertando e sacudindo o queixo de Xu Qin suavemente antes de tirar a mão.
Xu Qin permanece em silêncio.
Song Yan tira o cigarro da boca, exala um bocado de fumaça e olha para ela através da fumaça azul, branca e vermelha ao pôr do sol: “Quanta confiança você tem, pensando que depois de todos esses anos ainda sinto sua falta, ainda quero dormir com você?”
Ele fala com força e sem mostrar misericórdia. O rosto de Xu Qin empalidece ligeiramente.
Ela balança a cabeça levemente: “Song Yan, não fale comigo nesse tom.”
A expressão de Song Yan fica irritada e seu tom fica mais severo: “Você ainda espera que eu banque o educadinho a chamando de Srta. Meng?”
Após sua repreensão, até o cair de uma agulha pode ser ouvido no pátio.
Xu Qin o fita, as bordas de seus olhos ligeiramente vermelhas.
Song Yan franze os lábios e fica em silêncio. Ele se vira para olhar para a madeira no quintal, seu maxilar apertado, seus pensamentos obscuros.
Gradualmente, indiferença aparece em seus olhos novamente e ele quer dizer algo mais implacável, mas quando vira a cabeça, ele vê a agitação de lágrimas nos olhos dela.
As sobrancelhas de Song Yan se contraem ferozmente, ele cerra os dentes, aponta com força para ela com nojo e adverte: “Engula o choro. Não use essa merda de truque comigo.”
Ele sabe o quão fria e sem coração ela é, que ela só mostra ternura ou fraqueza quando é apenas para seu próprio propósito.
“Você me ouviu?!” ele grita para ela.

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Xu Qin olha para ele teimosamente, e as lágrimas em seus olhos se aprofundam.
Song Yan está furioso, ele não consegue segurar a vontade de arrancar sua máscara. Ele avança, agarrou-a com força pelo colarinho e a prende no pilar, repreendendo: “Não faça isso comigo!”
Xu Qin cerra os dentes e olha para ele ferozmente, como se estivesse competindo. No segundo seguinte, uma lágrima do tamanho de um grão de feijão cai nas costas da mão dele, quebrando em vários pedaços.
Como se o queimasse, Song Yan a solta num sobressalto e imediatamente dá um passo para trás.
Xu Qin encosta-se no pilar, as roupas cheias de dobras.
No início do outono, no pátio tranquilo e limpo, os dois ficam parados, sem olhar um para o outro, sem dizer uma palavra.
O sol poente brilha através das glicínias, espalhando-se por seus rostos.
Finalmente, Xu Qin diz suavemente: “Song Yan, vamos voltar a ficar juntos.”
Mas as sobrancelhas e olhos dele estão escondidos na luz, impossíveis de serem vistos.
Seu telefone toca, o alarme dispara.
Ele tem que voltar para a base.
Song Yan desce os degraus, atravessa o pátio e sai pelo portão sem olhar para trás.
“Eu já me esqueci de você.”