[TRADUÇÃO] Waiting for You in a City - Capítulo 19

  

CAPÍTULO DEZENOVE

Tradução e revisão por Praticamente Única

Song Yan foi puxado pelos membros da equipe e estava coberto de suor e fuligem. Ele segurava a criança e gritou: “Xu Qin!”

Xu Qin desceu rapidamente as escadas e se aproximou: “Me dê a criança.”

Song Yan entregou a criança inconsciente para Xu Qin e pegou a garrafa de água das mãos de Suo Jun, bebendo grandes goles.

Xu Qin rapidamente examinou a criança. Ela não estava sufocada e ainda tinha uma respiração fraca, apenas desmaiara devido à fumaça. Ela abriu a roupa da criança, umedecendo uma toalha para limpar seu rosto e peito, enquanto segurava a criança e saía rapidamente. Ao chegar à porta, ela perguntou: “O elevador está funcionando?”

Suo Jun respondeu: “Está seguro.”

“Ótimo.” Xu Qin segurou a criança e desceu as escadas.

Uma ambulância estava estacionada lá embaixo, junto com os bombeiros que chegaram em seus veículos.

Xu Qin entregou a criança aos colegas, e a ambulância partiu rapidamente do local.

Xu Qin voltou para sua casa, enquanto os bombeiros continuavam saindo um por um, alguns deles carregando mangueiras de incêndio enroladas em seus corpos.

Yang Chi passou por ela e sorriu: “Obrigado, irmã.”

Xu Qin perguntou: “Está tudo bem?”

Yang Chi respondeu: “O fogo foi apagado, a porta lá embaixo está arrombada. Vamos descer e fazer uma última verificação.”

Xiao Ge também agradeceu: “Sorte que usamos a varanda da sua casa, senão não teríamos conseguido tão rápido.”

Ele estava enxugando o suor do rosto enquanto falava.

Xu Qin notou que as palmas das mãos dele estavam vermelhas e disse: “Se alguém se machucou, eu posso ajudar a cuidar. Tenho uma caixa de primeiros socorros em casa.”

Xiao Ge ficou surpreso, olhou para as próprias mãos e balançou a cabeça: “Está tudo bem, vamos voltar ao trabalho.”

Xu Qin não insistiu e os jovens saíram apressadamente. Song Yan saiu da sala de estar e cruzou caminho com Xu Qin no hall de entrada.

“Obrigado”, disse Song Yan.

Xu Qin balançou a cabeça.

A equipe inteira se retirou rapidamente.

O quarto, que momentos antes estava agitado e cheio de tensão, ficou vazio em um instante. Xu Qin ficou de pé no hall de entrada, olhando para a ampla sala de estar. Todos haviam saído, deixando manchas de água, cinzas e sujeira por toda parte, um completo caos.

A luz do sol brilhava no chão molhado e sujo, refletindo um brilho negro ofuscante.

Song Yan e os outros inspecionaram o local do incêndio no térreo, identificaram o ponto de origem e entraram em contato com a administração do condomínio e os proprietários. Os proprietários estavam voltando.

Song Yan deixou dois membros da equipe para cuidar dos detalhes e dispensou o restante.

Todos arrumaram suas coisas para partir. Ao chegarem ao elevador, Song Yan deu instruções: “Yang Chi, acompanhe o instrutor para fazer o inventário dos equipamentos. Depois de voltar, Xiao Ge, escreva um relatório.” Após dar todas as instruções, ele acrescentou: “Eu ficarei para mais tarde.”

Yang Chi não entendeu: “Por que você vai para o andar de cima?”

Song Yan respondeu: “Depois de bagunçar a casa de alguém, tenho que ajudar a arrumar.”

Yang Chi disse: “Também posso ir com você, irmão. Posso ajudar na arrumação.”

Song Yan negou: “Não precisa, uma pessoa é suficiente. Mais gente só vai atrapalhar.”

Yang Chi insistiu: “Como assim atrapalhar? Irmão, sou eficiente no trabalho…”

Suo Jun estendeu a mão do interior do elevador, segurando a gola de Yang Chi e puxando-o para dentro. Ele pressionou o botão de fechar a porta e olhou para Song Yan: “Vá em frente.”

Song Yan entrou apressadamente no corredor e subiu as escadas em grandes passos. Ao chegar à casa de Xu Qin, a porta estava aberta e havia o som de água lá dentro.

Song Yan entrou no hall de entrada, olhou rapidamente e viu a sala de estar toda bagunçada e vazia. Xu Qin saiu do banheiro segurando uma toalha, viu Song Yan e também ficou um pouco surpresa, perguntando: “Perdeu alguma coisa?”

“Não”, Song Yan olhou para o chão, “Vou limpar a varanda antes de sair.”

Xu Qin não recusou.

Song Yan tirou sua roupa de proteção grossa e a deixou no hall de entrada. Ele também tirou os sapatos e entrou na casa, indo direto para o banheiro. Após dar uma olhada, ele perguntou: “Onde está o esfregão?”

Xu Qin respondeu: “Não temos.”

Song Yan olhou para ela e baixou o olhar: “Usaremos uma toalha, então?”

Xu Qin segurou a toalha em suas mãos, avaliou e tossiu: “É a única que temos.”

Song Yan a encarou em silêncio por um tempo e balançou a cabeça, sem palavras, achando engraçado: “Isso não serve para nada. Espere um momento.” E saiu.

Xu Qin questionou: “Para onde você vai?”

Song Yan estava abaixado calçando os sapatos e virou-se para olhá-la: “Vou comprar um esfregão. Se você precisa de mais alguma coisa, eu posso trazer também. Vassoura, produtos de limpeza, panos…” Ele parou no meio da frase, observando a expressão dela por um momento e perguntou: “Você não tem nada disso?”

Xu Qin fechou a mãe em um punho e o levou perto da boca, tossindo levemente: “Não.”

Song Yan não soube o que responder.

Ele se virou e saiu.

Ding, o som do elevador descendo ecoou pelo corredor.

Xu Qin foi até o hall de entrada, olhou para fora e viu as pessoas saindo. Ela voltou a olhar para o traje do corpo de bombeiros suja no chão, grande e especialmente grossa. A aparência da roupa era suja e tinha um cheiro forte de suor.

Xu Qin foi até a varanda e olhou para baixo. Depois de esperar um pouco, ela viu Song Yan correndo rapidamente pela entrada e desaparecendo na esquina.

No primeiro dia de novembro, as folhas amarelas do ginkgo no térreo brilhavam douradas.

O outono estava melancólico, e o vento frio soprava no terraço.

Xu Qin voltou para dentro.

Não demorou muito e Song Yan voltou, segurando um esfregão em uma mão e carregando um saco plástico cheio de coisas na outra.

“Tudo isso?” Xu Qin foi olhar e viu várias esponjas coloridas, panos de limpeza comuns e também produtos de limpeza, bolas de limpeza, escovas e outros itens. Ele também comprou várias bobinas de sacos de lixo.

Xu Qin franzia a testa levemente e perguntou: “Por que comprou tantas coisas?”

Song Yan estava arregaçando as mangas: “E você ainda tem coragem de perguntar.”

Xu Qin: “...”

Song Yan resmungou: “Sua casa não tem nem um pouco de aparência de lar.” Depois de falar, ele pegou o esfregão e foi para o banheiro, abrindo a torneira para molhar.

O som da água ecoava.

Xu Qin ficou parada por um momento, tirou um grande pedaço de pano do saco plástico e seguiu para o banheiro.

Song Yan abriu a torneira e umedecia repetidamente o pano com o esfregão; Xu Qin foi até a pia e começou a lavar os panos secos.

Dois sons de água.

Song Yan olhava para baixo enquanto manuseava o esfregão, sem desviar o olhar, como se fosse por acaso, perguntou: “Você está com a garganta ruim?”

“Peguei um resfriado”, respondeu Xu Qin.

“Hmm.”

O som da água continuava. Depois de um tempo, Song Yan perguntou novamente: “Está melhor?”

Xu Qin assentiu com a cabeça: “Estou melhor.”

“Hmm.” Ele fechou a torneira, torceu o esfregão para remover a água e saiu.

Xu Qin torceu o pano e o seguiu.

Song Yan esfregava o chão na varanda. Ele era alto e forte, empurrava para frente e para trás duas vezes e deixava o chão espaçoso da varanda limpo e seco. Se fosse uma faxineira, teria que esfregar detalhadamente de um lado para o outro.

Xu Qin segurava o pano e caminhava até o corrimão da varanda para limpá-lo quando Song Yan se virou para empurrar o esfregão para fora e limpar os cantos, prestes a terminar. Xu Qin colidiu com ele, tropeçando no pano do esfregão e caindo.

Song Yan foi rápido e segurou o braço de Xu Qin, puxando-a de volta.

Ela ficou em pé de maneira desajeitada, seu coração batendo apressado.

Song Yan a soltou: “Tenha mais cuidado.” E continuou a limpar o chão.

Xu Qin torceu o pano e o seguiu.

“Ah.” Xu Qin suspirou suavemente enquanto caminhava até a beirada da grade para limpar as manchas de água e sujeira preta. O vento forte soprava do alto do prédio, fazendo-a tremer.

De repente, Song Yan estendeu a mão e pegou o pano que ela segurava, confiscando-o.

“Entre, está ventando muito lá fora”, ele disse sem expressão.

Xu Qin: “Eu posso…”

“Agravar um resfriado não é minha responsabilidade”, disse Song Yan.

Então Xu Qin voltou para dentro. Song Yan a seguiu rapidamente e fechou a janela que ia do chão ao teto.

Anteriormente, o ar circulava, o vento norte passava pelo corredor, mas agora a porta estava fechada, e de repente havia uma sensação de calor aconchegante dentro do ambiente.

Song Yan estava do lado de fora, limpando a grade suja com marcas dos bombeiros. Xu Qin percebeu que o pano dele também estava sujo, então pegou um novo do saco plástico, molhou-o na torneira e voltou para a porta, abrindo uma fresta para trocar o pano com ele. Ele entregou o sujo, enquanto ela entregava o limpo e levava o sujo para lavar.

Ele era especialmente ágil, muito focado e meticuloso na limpeza, e logo a varanda estava limpa.

Song Yan voltou para dentro, fechou a porta e foi para o banheiro para limpar o esfregão. Em seguida, ele retornou para continuar a limpar a sala de estar cheia de pegadas e manchas de água. Ao chegar perto do sofá, o esfregão acidentalmente bateu na mesinha, fazendo com que um pequeno cartão caísse. Song Yan pegou e viu que era a identidade de Xu Qin. Ele olhou para ela por um segundo e colocou o cartão de volta onde estava.

Xu Qin não ficou ociosa e colocou uma chaleira nova para ferver água.

O tempo passava devagar, tudo acontecia naturalmente. Nenhum dos dois falava com o outro e o ambiente seguia silencioso, apenas o som do esfregão deslizando pelo chão e o murmúrio da chaleira fervendo.

Quando Xu Qin se virou na cozinha aberta, viu que o esfregão havia limpado uma faixa no meio das manchas de água na sala de estar, refletindo a luz do sol, brilhando intensamente. Ela sem querer semicerrou os olhos e viu a figura de Song Yan se dissolver na luz dourada do outono.

Ela estava aqui fazendo chá e ele estava limpando a casa.

Naquele momento, as memórias pareciam se congelar. Quando recuperou a consciência, era uma tarde de outono tranquila e comum, como todos os dias anteriores.

Quando a água ferveu, Song Yan já tinha terminado de limpar a sala de estar, lavado todos os panos do esfregão e os arrumado de forma ordenada no banheiro.

“Tome uma xícara de chá antes de sai”", disse Xu Qin, despejando água fervente em um copo de vidro, as folhas de chá se agitando enquanto a água se tornava um verde claro. Ela olhou para ele por um momento e disse: “Você suou muito, precisa se hidratar.”

Ela encheu três copos de água e os colocou em uma fileira na bancada da pia.

O bebedouro estava ali ao lado, mas parecia desnecessário.

Xu Qin disse: “A água está um pouco quente, sente-se um pouco.”

Song Yan respondeu: “Estou sujo, não vou sentar.”

Xu Qin ficou um pouco constrangida, mas ele estava estranhamente desinibido. Sua calça estava suja de quando ele rolou no incêndio, não havia um local limpo. Ele parecia deslocado na casa recentemente limpa.

Xu Qin desviou o olhar e apontou para o banco alto do balcão: “Sente-se aqui, vou limpá-lo em um instante.”

Song Yan considerou por um momento e foi sentar-se.

A névoa das três xícaras de água se dissipou lentamente, demoraria para esfriar. Os dois esperaram em silêncio.

Xu Qin perguntou: “Você se machucou? Posso cuidar disso para você.”

Song Yan olhou para sua mão: “Não.”

Xu Qin: “E o pulso? Deve ter arranhado a pele.”

Song Yan hesitou por um momento, levantou os olhos para olhá-la. Ele mesmo não havia percebido que tinha cortado o pulso – foi quando ele segurou a corda de segurança.

A expressão de Xu Qin permaneceu calma enquanto ela pegava a caixa de primeiros socorros. Song Yan estendeu a mão na mesa, e ela limpou e aplicou um curativo de forma simples. De repente, ela perguntou: “Você está ocupado no trabalho?”

“Como sempre”, disse Song Yan. “Todos os dias há coisas para fazer, grandes e pequenas”, ele hesitou e acrescentou: “Não estou tão ocupado quanto você.”

“Só estou tão ocupada porque estou na emergência. E, além disso”, Xu Qin olhou para ele, “não temos os perigos do seu trabalho.”

Ele soltou um leve resmungo: “Eu acho que seu trabalho também é perigoso.”

Xu Qin entendeu que ele estava se referindo àquela agulha.

Ela colocou um curativo em seu pulso: “Pronto.”

O vapor das três xícaras havia diminuiu, e pequenas gotas de água se acumulavam nas bordas.

Song Yan pegou uma xícara e a bebeu de uma só vez, logo esvaziando as três. Ele passou as costas da mão nos lábios e disse: “Obrigado.”

Ele não se demorou muito, levantou-se e saiu, e ela o acompanhou até a porta.

Song Yan chegou à entrada, pegou o uniforme de bombeiro do chão, onde ficou uma pequena mancha suja. Ele perguntou: “Você consegue limpar isso sozinha?”

Xu Qin respondeu: “Consigo.”

“Tudo bem”, ele saiu.

Xu Qin ficou parada na porta olhando Song Yan se afastar, quando de repente uma voz soou em sua mente.

“Vamos voltar, sim?”

O som do elevador soou e a porta se abriu. Song Yan entrou e, ao virar-se, pressionou o botão do andar, olhando diretamente para ela.

Xu Qin também o encarou,

“Song Yan, vamos voltar a ficar juntos.”

Mas ela não disse nada. No final, as portas do elevador se fecharam, separando seus olhares.

O corredor voltou a ficar silencioso, o hidrante estava intacto e parecia novo, como se nada tivesse acontecido.

Xu Qin fechou a porta e olhou para a pequena mancha suja no corredor de entrada. Depois, olhou para a sala de estar impecavelmente limpa, brilhante. De repente, sentiu que a casa estava silenciosa demais, quase sufocante.

Ela apertou suas mãos e caminhou até o sofá, sentando-se com a postura ereta. Suas mãos ficavam cada vez mais tensas.

De repente, ela se levantou bruscamente e correu para abrir a porta da varanda, deixando o vento forte entrar.

Ela se inclinou sobre a grade da janela e gritou para as pessoas lá embaixo: “Song Yan!”

Um bando de pássaros voou assustado entre as árvores douradas de ginkgo.

Na trilha outonal desolada, o homem vestido com um uniforme de bombeiro parou e olhou para cima.

Xu Qin não conseguia distinguir sua expressão. Ela estava prestes a gritar algo para ele quando um vento frio soprou como uma mão gigante apertando sua garganta.

Ela parou e respirou fundo: “Você está de folga amanhã, não está?”

Um segundo, dois segundos, o mundo ficou em silêncio.

No segundo seguinte, Song Yan se virou e foi embora.